quinta-feira, dezembro 30, 2010
BOAS ENTRADAS!!!
sexta-feira, dezembro 24, 2010
domingo, dezembro 19, 2010
Ficheiros Secretos
domingo, dezembro 05, 2010
Chamar a Música - a Triquela com Prequelas
É a Vida, e nós fazemos parte dela, tanto quanto ela faz parte do Paulo. E esta parece-me uma boa altura para fazer um trocadilho com o nome do Nuno Sociedade, mas não me ocorre nada. Adiante, que estou com fome e não quero deixar o texto a meio. E não me apetece cozinhar. Acho que vou ligar para o Take Away do Zhang Chengdong e pedir Moretto à Pequim (ah, o confortável mundo da piada fácil).
Isto tudo para dizer o quê? Que tal como vocês, também vibrámos com os Ban e chorámos ao som dos Três Tristes Tigres. Também dançámos slows com miúdas cobertas de acne nas festinhas de garagem à pala do Bryan Adams e já imitámos o timbre de voz (?) do Pedro Abrunhosa aos ouvidos de outras quantas. Já mandámos uma ou outra azeiteirola dar uma volta ao bilhar grande quando topámos que ela tinha um relógio dos Excesso. A música faz parte da nossa vida. Quem não se lembra do som que estava a degustar quando D. Russell Nigel Latapy I reconfigurou o tornozelo do Jokanovic ou quando o Toniño marcou o seu primeiro petardo de fora da área para lá do Marão?
Todos nós temos as nossas playlists, as bandas sonoras da nossa vida - que normalmente incluem pop com sintetizadores da década de 80 em doses proeminentes - e este senhor cá em baixo não é excepção:
Zlatko.
Um homem dividido, um coração rachado a meio pela fria e impiedosa indústria do futebol. As quentes noites de paixão na cidade Invicta foram demasiadas para ele. Uma bela história de luxúria, futebol sensual vestido a lingerie de criatividade e sucesso. Títulos, glória, possivelmente drogas e prostitutas.
Zlatko tinha tudo. Tudo, menos a exclusividade do coração da urbe que o adoptara. O esloveno queria mais. Queria a aliança no dedo, sonhava com juras de amor eterno, mas o coração da cidade que deu o nome a Portugal já tinha dono(s). A Invicta, historicamente fiel aos seus, aberta para quem lhe quer e faz bem, estava comprometida com a testa de Mário Jardel, com o pé esquerdo de Ljubinko Drulovic, o cotovelo direito de Paulinho, os pitons de Jorge Costa e as férreas mãos de Lars Eriksson. Não havia espaço para mais. Num assomo de orgulho, Za exigiu o quebrar de tão intenso laço. Tudo ou nada. Deixando para trás nódoas de champanhe em lençóis de seda azulados, o avançado partiu. Tensão e revolta pairavam no ar como uma brisa de flatulência do Chippo.
Mas Za tinha um plano - a vendetta perfetta: a antiga amante azul e branca, sempre envolvida em paixões arrebatadoras, cedo iria ver o amargo esloveno na cama com a sua maior rival.
E desta feita, houve juras de amor. Za recebeu a chave do castelo, a suite com acesso ao coração da vermelha amante. Foram tempos de longos passeios na praia, chocolate quente à chuva e comédias românticas com o Hugh Grant no sofá da sala.
Finalmente, o amor encontrara Zlatko...mas Zlatko não encontrara o amor. A camisola vermelha fazia-lhe comichão. A glória escapava-lhe por entre os dedos. O sucesso era uma memória distante. Por muito amado que fosse, Za continuava a suspirar pela paixão que deixara a Norte. O champanhe, os hinos de vitória, a intensidade que cobre o violento ardor do afecto carnal ficaram definitivamente para trás - sem que tenha conseguido recuperá-los 300km a Sul.
Banhado a desalento, e perante a visão de uma ex-concubina nos píncaros da paixão Europeia e Mundial, o irascível esloveno decidiu mandar a carreira futebolística às urtigas e cuspir um álbum que sintetizava todos os sentimentos que lhe consumiam a alma e corroíam o espírito.
O resultado foi um dos melhores LP's dos últimos 15 anos:
"Dois Amores, Também eu Tenho" foi a confirmação do potencial baladeiro do Bardo dos Balcãs, com singles clássicos como o envolvente "Eu Fiz Basculação com o Kandaurov", o truculento "Festejei um Golo com o Folha e Não Gostei Particularmente" ou o inesquecível "O Cruzamento Atrasado do Carlos Secretário". Porém, a pièce de résistance será sem dúvida a balada "Quero Cheirar Teu Melão, Calado".
Tudo temas que confirmam Zlatko como ums dos maiores valores da sua geração. Imprevisível, versátil, irascível e temperamental, o Bardo dos Balcãs despeja fel, paixão e memórias várias neste pedaço de vinil...e quem fica a ganhar com isso somos nós.
Post Scriptum Cromatium: Sim, eu sei que estamos no final de 2010, mas tinha esta imagem encostada no meu PC há demasiado tempo. So there.
sábado, novembro 20, 2010
Galgos e Blocos de Notas
Bónus: pictograma de Silvério em http://www.zerozero.pt/:
"Quem, eu?"
sábado, novembro 13, 2010
Sob o signo do Amor
Poderosa entidade pilosa, marca indelével de personalidade vincada, carimbo de entrada para mil noites de prazer na cálida bôite do sexo oposto. Apêndice piliforme garboso, desenhando poemas através de penadas que fazem do céu estrelado mais um recreio da mono-sobrancelhose.
Bruno Ribeiro sabe do que falamos. O rústico gingão do Sado quebrou corações pelas bancadas portuguesas e britânicas com o seu estilo rural-casual durante década e meia do mais puro sexy football, alicerçado na brutalidade negligé de quem trata a redondinha com altivez carregada de piloso orgulho e frondosa glândula sebácea. Um metro e setenta e dois de pé esquerdo-arte, eternizado no museu do beautiful game.
Bruno "The Elland Road Heartbreaker" Ribeiro mostrou-nos que era possível juntar pêlo e esférico na mesma frase, enquanto se seduz uma elegante fêmea com doce cântico de origem dérmica, exaltado através de envolvente voz amparada num qualquer semáforo de uma cinzenta rua da vetusta e chuvosa Leeds. Só um louco ousaria apostar contra o sucesso do nosso Bruno e o seu confiante meio-sorriso, envolvido em leve odor de feno e curtume - seja às margens do Sado, seja na pachorrente urbe inglesa, a cerquelha levará sempre a melhor. E dama alguma jamais vos dirá o oposto.
Porém, Capitão Toby pisa outros terrenos: os da pequena área e da perene jovialidade envergonhada.
Um sedutor, versado nas intemporais artes do arrastar da asa, conjugadas com o bater de asas que potencia vôos à inalcançável gaveta, local onde os avançados sonham meter a redondinha com o mais desavergonhado golpe de ousadia. Ele chega lá.
Aliás, Capitão Toby é Ícaro nunca derrotado, Herói alado invicto na sua quimera de voar até onde mais nenhum Homem sonheu fazê-lo. Isto apesar de ser odontologicamente desfavorecido, claro.
Taborda é exemplo para todos os que nunca se atreveram a fantasiar em sair da mediocridade imposta por uma cremalheira agressiva. Toby apertou a mão a Deus, calcorreou as gélidas planícies do Planeta Vermelho e nadou na calmaria dos Anéis de Saturno. Toby beijou os abrasadores lábios de Vénus e cheirou o bigode de António Sala. Tudo porque estamos perante um Homem que se permitiu a si mesmo sonhar. Alcançar aquela bola impossível, sair ao cruzamento tenso de um lateral-esquerdo, fazer a mancha ao veloz avançado do Ceará.
"I've got you under my teeth", cantarolava o crooner Taborda às miúdas que o esperavam à saída dos treinos, enquanto procuravam ver o seu reflexo no impecável esmalte do guardião.
Depois lá se refugiava nos balneários com duas ou três sortudas de cada vez, perante o sorriso conivente dos seus companheiros de métier.
"Aqui está um homem que ousou sonhar!", sussurravam felizes enquanto se despediam a caminho de casa.
Com dentição perfeita, porém sós. Eternamente sós.
quarta-feira, outubro 27, 2010
Apenas um Obrigado.. um ou dois.
Este obrigado é para partilhar com todos vós..
Este obrigado é para quem lê o nosso blog...
Não, isto não é um texto de despedida!
Apenas quero apresentar jogadores a quem devem agradecer este post.
ThankGod
ThankGod Ameafele- jogador na Nigéria, mas que passou já por Polónia e Grécia, em clubes como o PAOK. Actualmente joga no Sharks, do seu país
Tem 1, 81m e pesa 73 kg. São 73 kg de Obrigado!
segunda-feira, outubro 25, 2010
A Playlist
Já os velhos talentos musicais encontram-se, não na M80 que passa metade do seu tempo com conversa e publicidade de chacha, mas sim no futebol português, mormente na alaranjada II Liga. É verdade.
E há clássicos para todos os gostos. Começando logo pelo Rei. Sim, ele vive. E nós vimo-lo, incomodando avançados com os cotovelos em Santa Maria da Feira. Quando ginga as suas pernas, ele leva a transição ofensiva do adversário ao delírio. Quando pára e observa a multidão em êxtase, isso não significa que está a sentir a audiência, mas sim que está com enormes cãibras. Pois é, a idade não perdoa e a picanha antes dos jogos também não. Não acreditem quando ele diz “love me tender”, porque este menino é capaz de partir uma dúzia de tábuas seguidas só com a cabeça.
Na mesma equipa, podemos encontrar o alegre Mika, um tipo saltitão, deveras irritante com o seu falsete e que faz amigos com as borboletas. Quando a táctica passa por desconcentrar o adversário (i.e., o famoso “jogar no erro do adversário”), Mika é o nº1 – não há ninguém que o ature quando ele começa com aquelas cenas do “love, love me”. Nove em cada dez expulsões dos adversários em jogos do Feirense ocorreram por agressões a Mika. A outra expulsão foi a de João Pereira e não se deveu a nenhuma antipatia especial contra o Mika, mas sim ao seu feitio formatado no Casal Ventoso. Mika confessou-nos que o seu ídolo era o elefante Dumbo, por ser terno e carinhoso e outras mariquices do género, e que sabia que o Dumbo já tinha jogado em Portugal. Desapontámo-lo quando dissemos que Karagounis já cá não joga.
Movendo-se por paisagens mais alternativas, eis Beck. Não confundir com Bock, esse é um primo afastado que é um Super avançado das divisões inferiores, um senhor imperial na área, apreciador da pressão intrínseca destes escalões e que deixa um rasto de espuma de golos atrás de si. Este Beck é pau para toda a obra: faz rap, toca country, executa carrinhos arriscados, organiza a primeira fase de construção ofensiva com a cabeça levantada, ouve Sonic Youth e gosta de jogar ao meiinho nos treinos, mesmo quando fica no meio durante um treino inteiro. Porém, tanta polivalência tem os seus custos: quando as coisas correm mal, é o primeiro a ser acusado de “loser”. Até quando não joga. Que é o que costuma acontecer. “So why don’t you kill me?”, pergunta Beck em desespero. Bah, ainda não tivemos pachorra para te liquidarmos, só isso.
Na nossa proposta musical há evidentemente lugar para as baladas de amor, de maneira a chamar o mulherio para as bancadas. Representante do romantismo italiano, Ramazotti encanta as senhoras com a sua voz nasalada e a maneira escandalosa, mas altamente sensual, de desperdiçar golos com a baliza aberta de uma forma que até faz o Nuno Gomes corar de vergonha. E olhem que com as conversas que ouve no cabeleireiro já pouco faz corar o Nuno Gomes. Ramazotti estava na shortlist de aquisições do Gil Vicente, juntamente com Margão e Cimarron, e acabou por ingressar no clube apenas porque o acaso o quis. “Sono cose della vita”, confidenciou-nos.
Bom, mas também há espaço para a canção portuguesa. E enquanto aguardamos por alguém que jogue a médio-defensivo no Trofense que se chame Nel Monteiro e por algum Zé Cabra que desponte como extremo no Penafiel, já não é nada mau podermos partilhar momentos de fervor amoroso com Toy, a sirene humana de Setúbal. E também um avançado da egrégia geração encanada, “La Quinta del Pepa”, que contou com o próprio Pepa, este Toy, aquele Rui Baião, aqueloutro Mawete Júnior e o indistinto Tote. O Toy cantor desabafava que estava “estupidamente apaixonado” mas este Toy não demonstra paixão nenhuma. Pelo menos, por aquele espaço limitado por dois postes e uma barra, com redes ao fundo a decorar. Digamos que este Toy tem estado “estupidamente desapaixonado” em relação ao golo. E isto tem-se manifestado recorrentemente ao longo da sua carreira. Ou seja, esta é a verdadeira “Toy Story”.
PS – Decerto que toda a gente já constatou que Hélder Postiga, na realidade, não existe: existe apenas um clone do Matt Bellamy dos Muse que faz uma perninha no Sporting. Espero que compreendam agora a falibilidade do suposto ponta-de-lança. Ele não quer golos, ele quer é Grammys. Ponto.
terça-feira, outubro 12, 2010
Todo o Cuidado é Pouco
- não podíamos carregar objectos cortantes nem artefactos explosivos;
- recipientes contendo mais de 100 ml de líquidos não poderiam ser transportados connosco;
- era forçoso evitar contacto ocular directo com Bené e Jorge.
As duas primeiras medidas foram tão célebres que, passados alguns anos, todas as companhias de aviação acharam graça e adoptaram-nas como suas; todavia, as gentes de Guimarães já há muito tinham abandonado essas práticas por ser virtualmente impossível controlar os destemperados Insane Guys.
Onde a porca torcia o rabo era mesmo na terceira medida.
Bené possuía um aspecto sinistro a que nem faltava uma perturbante cicatriz debaixo do olho. O olhar esgazeado, a forma carniceira como se lançava de pitons em riste sobre os adversários, as cabeçadas extemporâneas. Bené era para ter sido o assassino de uma sequela de Halloween, mas gostava mais da realidade como defesa-central. Uma vez houve um adepto que protestou contra a forma como Bené deixou fugir o jogador que marcava à zona num canto e Bené sacou de um bisturi para o disciplinar. Valeu o Luís Freitas Lobo para dizer que a responsabilidade pela marcação ao avançado era do segundo ponta-de-lança que devia ter recuado para compensar a subida dos centrais, o adepto retractou-se e coisa ficou por ali. Mas Bené não esqueceu e ainda hoje se queima com cigarros acesos quando se recorda desse infame episódio.
Jorge era a cara chapada de um ex-presidiário. Alguém que fugiu de um estabelecimento prisional num carro da lavandaria, ou que degolou alguns guardas prisionais na sua fuga com uns lençóis atados através da janela cujas grades foram desgastadas por uma lima escondida dentro do bolo de aniversário trazido pela sua prima, ou por intermédio de um túnel escavado com uma colher durante anos. A sua alcunha era “167-716”, ou simplesmente “o Metralha”. Detestava o Sporting, por ter equipamentos às listas horizontais que recordavam-lhe o presídio. Dentro de campo era inflexível. No balneário ninguém queria tomar banho ao lado dele e foi na sua altura que se começou a generalizar o uso de gel de banho em detrimento do sempre fugidio sabonete. Nunca sorria. Era de poucas palavras. Quando abria a boca, era para afugentar os avançados com o seu bafo indescritível: o bafo de Jorge era o Chanel nº5 do pivete.
Porém, nem tudo era má cara em Guimarães. Três simpáticos africanos faziam o contrabalanço com a sisudez de Bené e Jorge. M’Bouh era um gajo cinco estrelas. Uma pessoa perguntava-lhe “Ó meu, queres vir connosco?” e ele “M’Bouh, M’Bouh!”. Nunca dizia que não. N’Dinga dispensava apresentações, de tão carismático que era este zairense. Com uma expressão tranquila e uma calma que transpirava sapiência, N’Dinga foi o guru espiritual vimaranense na transição da década. E para Basaúla, todo ele sorrisos e gargalhadas que perfaziam o dobro do volume das suas tímidas orelhitas, nunca havia stress, a vida era para curtir.
Com estes três não havia problemas de relacionamento, de tão bem dispostos que eram. Até porque mal compreendiam o português e quase ninguém falava o basaa ou o kituba. O mais fácil era comunicarem com djembés e danças exóticas que acabavam invariavelmente com uma lança espetada no relvado.
Mas com Bené e Jorge era complicado. Ziad deixou uma vez uma nota de mil escudos escondida debaixo das caneleiras no balneário e quando regressou já lá não estava. Lavado em lágrimas, queixou-se ao presidente. Chegou Pimenta ao Machado do dirigente, que ordenou aturado inquérito para apurar responsabilidades. Duas pessoas desapareceram, outras duas foram assaltadas e várias receberam ameaças telefónicas à sua integridade física e à dos seus. Ziad deixou de marcar golos durante semanas, psicologicamente devastado. Finalmente, a época acabou. Bené e Jorge foram oficialmente dispensados, mas há quem diga que violaram a sua liberdade condicional e foram recolhidos pelas autoridades. Ziad recuperou, enfim, os seus mil escudos. E foi feliz para sempre, marcando golos atrás de golos e deixando para trás o velho trocadilho jornalístico que lhe ensombrou durante o jejum de golos: “mais uma tarde aziaga para Ziad”.
sábado, outubro 02, 2010
A arte de voar e a protecção...
É um pássaro? Um avião? Um papel do lixo a voar pelas ruas? Um macaco?
Não! É Luís Manuel! Guarda redes do Sporting de Espinho. 1996-1997.
E neste imagem leva com um biqueiro de Mário Jardel, Mário Jardel, Mááário Mááário´Máaario Jardel, Mário Jardel, Mário Jardel, Mááário Mááário´Máaario Jardel,
Desculpem, entusiasmei-me, senti-me um Juve Leo de cachecol ao peito... mas sem estupefacientes no bolso!
Carlos Carvalhal, muitos anos antes de estar sentadinho a comentar na TV, protege as suas partes baixas, porque Luís Manuel a voar como estava nao era para brincadeiras...
Mesmo assim, Carvalhal optou por fechar os olhos, para não ver caso acontecesse alguma catástrofe.
Ah, o FCPorto ganhou 2-0 neste jogo. No tempo de Oliveirinha e companhia..
terça-feira, setembro 28, 2010
A Temática do Dirigismo
Basicamente, podemos encarar o dirigismo desportivo de duas formas.
A primeira é levar as coisas em esforço.
Eis o exemplo acabado: Óscar Rocha, líder da Comissão Executiva do Santa Clara. Falar em “Comissão Executiva” dá imediatamente a ideia de que a vocação do homem não é propriamente ser presidente de um clube de futebol. Uma “Comissão Executiva” faz lembrar uns tipos que se organizaram para arranjar o baile lá da terra. E o pobre Óscar ficou com a responsabilidade de gerir os fundos da quermesse porque era o mais hábil a contar notas de 10 euros e a organizá-las numa caixinha de cortiça, longe do olhar dos bêbados que cirandam à volta do bar com as suas Zundapps barulhentas.
No fundo, dirigir um clube de futebol não é com ele. A expressão diz tudo. Aturar empresários. Planear orçamentos. Aturar egos. Escolher treinadores. Aprovar jogadores da shortlist. Atender telefonemas. Sentar-se ao lado de outros dirigentes que cheiram mal só para parecer cordial. Reunir com tipos que passam o tempo todo a palitar os dentes e a falar da arbitragem, “a porcaria da arbitragem anda a perseguir-nos”. Sofrer a contestação dos adeptos que não percebem nada de contas mas sabem muito bem ver que o passivo está alto. “Nem cum orde do padre cura era capá de meter o passive assim!”, protestam os micaelenses, em arrazoados imperceptíveis. E depois é vir ao continente de 15 em 15 dias e enjoar ao viajar de avião, esperar intermináveis horas em aeroportos e descobrir que as suas vacas já não dão leite e ele nem sequer pode pensar nos seus problemas pessoais. Uma chatice. Uma tarefa hercúlea. É de pôr os bofes de fora. É de suar em bica. É exigir paciência de chinês.
Bom, mas não sejamos totalmente injustos, que Óscar Rocha tem experiência de dirigente no hóquei em patins açoriano. O que é fantástico, dado que maior parte das pessoas nem sonha que possa haver patins nos Açores.
A segunda forma é levar as coisas com naturalidade.
E Isidoro Sousa (Olhanense) personifica essa confiança. Ou melhor, o excelso bigode de Isidoro Sousa transpira, para além de resíduos gordurosos e vapores etílicos, uma enorme dose de determinação. O bigode de Isidoro é uma espécie de último reduto da resistência masculina lusitana, ora convertida a um deserto de metrossexualidade impregnada de geles e loções. Já não há gente nem bigodes assim no nosso futebol. Isidoro é “one of a kind”. “Desenrascanço” é o seu nome do meio. Se os outros andam de BMW e chauffeur, Isidoro circula com o braço dependurado no seu Ford Escort de 1984 pela Riviera algarvia; se os outros andam em spas, Isidoro frequenta o Festival do Marisco e bate records de minis emborcadas numa só noite; se os outros falam em “project finance” e “emissão de obrigações convertíveis”, Isidoro fala em “arranjar uns trocos junto dos industriais conserveiros da região e quem sabe sacar um patrocínio jeitoso à marca de gelados com sabor a sardinha assada”; se os outros tentam ser diplomatas e arranjar as palavras certas, Isidoro não terá pejo em mostrar os pêlos do peito e largar uns sopapos nos oponentes. É por isso que Isidoro revela todas as condições para emparelhar com esse grande mito dos tempos modernos, o verdadeiro Viriato do gangsteirismo que é o Rocha, o saudoso Rocha do Duarte & Companhia.
Bom, mas há sempre uma terceira via, sempre na voga. E essa é a de adoptar uma postura paternalista, distante mas omnipresente, nem bem aqui nem bem ali mas também sim e muito pelo contrário. Digam-me lá se o mui afamado Vítor Magalhães (Moreirense) não se parece com um senhor que até ganhou um determinado concurso aqui há atrasado e que tem nome de utensílio culinário. Até a cair da cadeira o jeitinho é semelhante.
domingo, setembro 26, 2010
Há jogadores em baixo ... de forma..
Domingos deve andar a fazer contas à vida, já que nao estava tão em baixo há mais de um ano.
Noutros tempos, documenta o nosso repórter secreto, estava em baixo e parecia achar piada...
Jorge O Bicho Costa, por outro lado, estava calmo e sereno por cima... com as duas mãos a controlar quem estava por baixo. Deve certamente lembrar-se desta foto quando agora se vê por cima de Domingos no campeonato, algo raro desde que são treinadores. Diria mesmo inédito..
Aloísio, além de estar debaixo de Jorge Costa, ainda tinha que ouvir os gemidos de Domingos! Por isso, tentava tapar a todo o custo os ouvidos.
E assim se treinava nos anos 90..!
terça-feira, setembro 21, 2010
Uma Pollga Destas Merece Sobrancelhas A Condizer
E eis os resultados finais:
66 tristes diabos ousaram clicar num botãozinho de forma mais ou menos aleatória, alguns talvez mais que uma vez, imbuídos de um fervor de contornos Ultra. Dá mais ou menos uma pessoa por cada dia e meio. Pode parecer pouco, mas desafiamos a U. Leiria a lançar uma iniciativa semelhante no seu estádio e logo comparamos.
(Num aparte, continuamos a exortar os fiéis devotos da nossa SAD a visualizar o vídeo imediatamente abaixo do dístico “Caixa de Gorjetas” – nem precisa de ser até ao fim – para assim contribuir com míseras décimas de cêntimo para os nossos depauperados cofres. Eu, por exemplo, prometi a mim mesmo que só voltaria a comprar uma pastilha Gorila – tutti-frutti – assim que a SAD começasse a dar lucro e agora falta-me qualquer coisa para colar sob o tampo da mesa.)
Há mais adeptos a gostar dos textos que das fotos ou vídeos, que são janotas, sim senhor, mas não são o ponto mais forte da SAD para quase ninguém. Isto porque a maioria da massa associativa também tem essas cadernetas e Cadernos d’A Bola e trabalha melhor com Photoshop, embora seja mais preguiçosa. Há ainda dois furiosos anti-SAD e para esses encontro uma explicação: um é adepto do Gil Vicente e não gostou da associação nauseabunda que fizemos ao mítico Adelino Ribeiro Novo e o outro era o Calado.
Muito curiosa foi a resposta de 13 pessoas que declararam anonimamente juras de amor à nossa Direcção, indo ao ponto de despirem os seus soutiens só para nós (era isso que estava em causa; se não leram com atenção, paciência). A todas vós, meninas, agradecemos e reiteramos a disponibilidade para um table dance privado e confidencial, nas nossas ou nas vossas instalações – mandem-nos um mail e fotografias de corpo inteiro para avaliarmos as vossas capacidades técnico-tácticas.
Sublinho, meninas; Rochembacks, apesar dos seus seios tamanho > 38 e, eventualmente, um bom pontapé-canhão , não serão bem-vindos.
O vencedor incontestado é, claramente, a última opção: o “I don’t care and I don’t give a sh*t”. A nossa massa associativa é maioritariamente resultadista e não interessa o quão adornada seja a jogada, desde que a bola seja posta lá dentro; não importa que tentemos sair a jogar de cabeça levantada, interessa é que o jogador não passe se a bola já lá vai; e é imperioso que a bola vá para as couves se estamos a ganhar por 1-0 a cinco minutos do fim. E nesse espírito, queria presentear-vos com um dos melhores cromos da temporada, o distinto Matias Oliver:
É do Santa Clara e tem tudo para ser uma estrela brilhante na constelação Draskovikiana dos avançados com pouco faro pelo golo mas muito instinto cromático. Desde o facto de ser conterrâneo do Maxi Bevacqua, passando pela tímida mullet completamente outdated e acabando na tentativa de alcançar o patamar monocélhico de S. Exa., D. Jaime Cerqueira, exibindo duas tão frondosas quanto arquitectónicas sobrancelhas.
É esta a forma que temos de dizer “obrigado” a todos os nossos associados. E reiteramos que o nosso povo merece mais e melhores cromos.
domingo, setembro 19, 2010
Mundo de Aventuras
Boavista ou Ban? A eterna dúvida. João Loureiro levou ambos aos píncaros e depois deixou-os em ruínas. Como um meio-campo calcado por outro Loureiro, o selvagem Luís. E em ambas as tarefas passeou o seu estilo. Apreciemo-lo, então.
segunda-feira, setembro 13, 2010
Uma conversa de balneário
Lançou-se entretanto a revista do Record, também a do O Jogo, e agora é o Jornal de Notícias, Público..etc tudo lança o seu "Caderno d'a Bola".
Mas ali para os lados de São Pedro do Sul saiu um caderno local, com fotos e plantéis da zona de Viseu.
E numa dessas equipas, neste caso o Sampedrense passou-se uma conversa de balneário muito interessante que a nossa fonte e enviado especial passa a relatar.
Jogador 1 (não posso citar nomes) :
" Ei
Viste por aí o meu
Jogador 2 : "Ei, Man, já encontrei!!
quinta-feira, setembro 09, 2010
Rua Sésamo Em Belém
E por falar em cabelos, esta é capaz de ser das poucas áreas em que o Belenenses pode fazer a diferença este ano. Os cabeleireiros de serviço estão a caprichar e prometem lutar pelo título internacional de MOH – Most Outrageous Haircut. Atentem, por exemplo, na anarquia capilar de Romário.
Romário não estava satisfeito com a poupa ligeiramente amadeixada executada pelo seu cabeleireiro. Segundo Romário, ainda não era aquilo que pretendia para ganhar bolas no jogo aéreo e não era suficientemente original. Então necessitou de um retoque, ou seja, a instalação de uma segunda poupa atrás da poupa original: um apoio aerodinâmico à laia de um F1 que lhe permite ganhar centímetros aquando dos ocasionais chuveirinhos e, simultaneamente, uma sentida homenagem ao seu grande ídolo Poupas.
Quando viu o resultado, o Fredy não se quis ficar. E vai daí, tumba, espetou um tufo de carapinha no meio da cabeça.
O imaginário da Rua Sésamo está cá, em grande. Fredy respeita imenso o Egas e fez questão de o demonstrar. Mas quem estava ao lado sentiu-se humilhado. E esse alguém era Pelé, para quem Fredy era um ídolo. E digam o que disserem, uma equipa que tem Pelé e Romário tem de se comportar com estilo. Pelé não foi de modas e replicou o penteado ultrajante de Fredy, conferindo-lhe apenas um toque um pouco mais piramidal. Por outras palavras, o Egas ganhou o seu Becas.
Assistindo a tudo, alheio a estas disputas, Zazá fazia beicinho. Resmungava o senegalês, “bah, 1,2,3 cabelos de gajos que não jogam com o baralho todo”. Mal sabia ele que estava a dar corpo a outra sósia da Rua Sésamo. Sim, o obsessivo e vampiresco Conde de Contarr.
Vamos aguardar. O campeonato do MOH está claramente ao alcance, mas se calhar o melhor é também preparar os jogadores para um casting para a Rua Sésamo caso as coisas corram menos bem. Para já, fica a faltar um tipo de cabeleira e barba para fazer de Ferrão ou um tipo com os olhos a abanar tipo Monstro das Bolachas.
Pensando bem, o melhor era irem buscar o Rodrigo Silva, que na sua melhor fase cumpria os requisitos do Monstro das Bolachas, para além de passear um cabelo capaz de ajudar ao título de MOH. E se ele fosse do Belém, também equiparia com a mesma cor de pele do Monstro das Bolachas. Seria ouro sobre azul.
segunda-feira, setembro 06, 2010
El Caudillo
Em termos futebolísticos, os líderes podem ser reconhecidos pela inteligência ímpar no relvado e pela beleza que emprestam ao jogo, recolhendo desta forma o adulo da crítica. Luís Freitas Lobo, por exemplo, tenta conter gemidos de intenso prazer quando observa os grandes líderes do meio-campo em acção. “Vejam bem como o nº6 circula a bola pela intermediária [transpiração; coloca a mão no bolso]… notável visão do jogo e passes na diagonal que se traduzem em notáveis transições ofensivas [calores internos; aperta com força para reprimir]… é… [sustém o suspiro para não se denunciar em frente do microfone]…fan..tÁAAAHstico…”. Aliás, esse grande chefe tribal que foi André também gostava de apertar genitais, especialmente os dos outros (não é, Jorge Couto? – o Youtube pode não se lembrar, mas a gente sim). São fantasias que devemos respeitar.
Já aos olhos do adepto comum, o líder normalmente sobressai se evidenciar uma grande disponibilidade física, voz grossa e olhar de mau – que frequentemente consubstancia dentro das quatro linhas. È aquele de quem o público diz “O quê? Meteu-se com ele? ‘Tá f****o, o gajo vai mandar-lhe uma paulada que ele nem se mete em pé… e ai do árbitro que faça alguma coisa”. PUMBA! “Eu não disse? Ele é o chefe, pá. E limpinho, nem amarelo viu”. O cúmulo da supremacia será a posse de um bigode, o qual, hoje em dia, identifica logo um titular de um cargo hierárquico relevante na estrutura de uma equipa.
De uma forma ou de outra, o que não tem faltado para aí são líderes. Chefes absolutos ou razoavelmente magnânimos. Que se impõem pela força ou pela inteligência. Ou mesmo tipos que nem sabem ao certo o que é ser líder, mas que dizem que são líderes porque é fixe ser-se líder, como o Caneira. Mas agora vai haver o líder definitivo, um chefe sob todas as formas, o homem que vai mexer os cordelinhos de toda a equipa e despertar os mais óbvios trocadilhos jornalísticos quando dispuser toda a sua qualidade no rectângulo de jogo, aquele que nasceu para comandar e que carrega no nome a sua missão:
Está encontrado o Grande Líder do Povo Leixonense. E que, infâmia das infâmias, é proveniente do rival Leça, o mesmo Leça que foi berço de líderes históricos, como Alfaia, Constantino ou Serifo. Que não subsistam dúvidas: este homem nasceu mesmo para mandar. A vida dos leixonenses só tem agora um rumo: trabalho, trabalho e mais trabalho, rumo à libertação (que é como quem diz, sair da liga do sumo de laranja para ir para liga do sofá + cerveja). Talvez algumas horas extraordinárias sejam necessárias. Dias santos só quando ele faltar. Curvai-vos perante ele, ó servos.
terça-feira, agosto 31, 2010
sábado, agosto 21, 2010
Estrella Pop
Antes de lhe surgir a primeira borbulha e de descer as escadas para ver se o Bobby Robson tinha Clearasil (aquilo dos relatórios era apenas para meter conversa), o menino Villas Boas, com dez cândidos aninhos, dedicou-se de corpo e alma a cantar em frente ao espelho o “Never Gonna Give You Up”, movendo as suas ancas como se estivesse a fugir a sete pés do Sporting, forçando a voz impúbere a atingir níveis de inusitada gravidade para a sua idade e, claro, espetando o seu cabelo para ficar com aquela popa ruiva tão característica. Por exemplo, utilizando um gel Shockwaves, colheita de 1987 (ou seja, uma espécie de cola misturada com cimento com textura semelhante à do azeite), ou esticando a cabeça de fora em viagens a mais de 100 km/h na auto-estrada, qual canídeo, para que o cabelo ficasse tipo serapilheira eriçada. Os resultados foram avassaladores, como se pode constatar.
Para todos aqueles que julgam que o discurso do menino Villas Boas é mera petulância, dêem-lhe um desconto: o puto ainda julga que é mesmo uma estrela pop.
sexta-feira, agosto 20, 2010
Ludemar... quem?
sábado, agosto 14, 2010
A Quadratura do Círculo
Eu estou a falar de Mbesuma.
... adicionemos o quadrado humano que era a cabeça do Mbesuma...
... e o que temos?